A única coisa pior que perder de vista toda e qualquer perspectiva são as praças de alimentação de shoppings. Eu odiava todas as praças de alimentação dos shoppings porque cheiram a óbito. Emplastos de gorduras, de óleos, aquela sensação que aos poucos entra pela sua narina e trava seu cérebro. Aquela sensação de morte. O barulho das pessoas conversando em quanto se alimentam, arrastando cadeiras, batendo vidros. O ritmo urbano convivendo desconexamente com o biológico.
Isso não importa! Na verdade são 365 dias dispostos em um calendário que você fica olhando. Então na soma de tudo, você conta os dias bons. Às vezes dá pra compensar as olheiras. Pra falar a verdade, se você viver 30 anos, viverá 10.950 dias, com 60, o número dobra, somando 21.900, o que é pouco. Quando se repara nas persianas, você não precisa e nem quer saber que lagosta é um crustáceo decápode marinho. A certa altura estará conversando com a televisão e envelhecendo.
A outra coisa pior que perder de vista toda e qualquer perspectiva é saber que todo o seu mundo cabe dentro de um azulejo pequeno. Se você pediu algum dia para que tempo parasse, ou “venderia sua alma para o Diabo”, para voltar alguns anos atrás, entenderia. “A intensidade do desespero aumenta com a consciência”.
Acho que é difícil saber exatamente em que parte do contexto as coisas emboloraram. Talvez quisesse fingir que aquilo era apenas um longo pesadelo. Você pode colocar persianas de vários modelos e preços e tem até umas formas pagamentos que facilitam a sua compra. Mais “naquele dia o mundo pariu mais um desgraçado”. Li isso de Lourenço Mutarelli em algum lugar.
Minha professora de História das Religiões dizia que as coisas só existiam quando ganhavam nome. Ela também funcionava às vezes como um guru espiritual onde todos os deuses eram verdadeiros. Isso não vem ao caso. O que dá pra dizer é que a afirmação tinha significado. Foi o que ficou na minha cabeça quando vi aquele sorriso amarelo.
De uma hora pra outra o mundo deveria ter persianas, era um artífice moderno, de visual mais despojado. Foi isso que eu havia ouvido ele comentar o caminho inteiro. A cada casa olhava, dizia que uma persiana resolvia todo o problema, e que essas coisas de cortinas com babadinhos e redinhas eram tramelas do passado. Cortinas e persianas, deve ter muita meta-física nisso. Requinte e glamour e esses sonhos pífios.
-O futuro vai mudar as coisas.
Desde a última vez que nos encontramos um amigo me disse isso, elas realmente haviam mudado, porém, piorando muito.
Isso não importa! Na verdade são 365 dias dispostos em um calendário que você fica olhando. Então na soma de tudo, você conta os dias bons. Às vezes dá pra compensar as olheiras. Pra falar a verdade, se você viver 30 anos, viverá 10.950 dias, com 60, o número dobra, somando 21.900, o que é pouco. Quando se repara nas persianas, você não precisa e nem quer saber que lagosta é um crustáceo decápode marinho. A certa altura estará conversando com a televisão e envelhecendo.
A outra coisa pior que perder de vista toda e qualquer perspectiva é saber que todo o seu mundo cabe dentro de um azulejo pequeno. Se você pediu algum dia para que tempo parasse, ou “venderia sua alma para o Diabo”, para voltar alguns anos atrás, entenderia. “A intensidade do desespero aumenta com a consciência”.
Acho que é difícil saber exatamente em que parte do contexto as coisas emboloraram. Talvez quisesse fingir que aquilo era apenas um longo pesadelo. Você pode colocar persianas de vários modelos e preços e tem até umas formas pagamentos que facilitam a sua compra. Mais “naquele dia o mundo pariu mais um desgraçado”. Li isso de Lourenço Mutarelli em algum lugar.
Minha professora de História das Religiões dizia que as coisas só existiam quando ganhavam nome. Ela também funcionava às vezes como um guru espiritual onde todos os deuses eram verdadeiros. Isso não vem ao caso. O que dá pra dizer é que a afirmação tinha significado. Foi o que ficou na minha cabeça quando vi aquele sorriso amarelo.
De uma hora pra outra o mundo deveria ter persianas, era um artífice moderno, de visual mais despojado. Foi isso que eu havia ouvido ele comentar o caminho inteiro. A cada casa olhava, dizia que uma persiana resolvia todo o problema, e que essas coisas de cortinas com babadinhos e redinhas eram tramelas do passado. Cortinas e persianas, deve ter muita meta-física nisso. Requinte e glamour e esses sonhos pífios.
-O futuro vai mudar as coisas.
Desde a última vez que nos encontramos um amigo me disse isso, elas realmente haviam mudado, porém, piorando muito.
Você gosta de amarelo, ein!
ResponderExcluirDhusdhusadhsaudhsuahd.
" É saber que todo mundo cabe dentro de um azulejo pequeno."
Adoro amarelo....
ResponderExcluir"Então na soma de tudo, você conta os dias bons".
ResponderExcluiracho que ainda não havia comentado, lá vai: Adoro seus textos!