quinta-feira, 21 de abril de 2011

PATOLÓGICA CONSTRUÇÃO SUBJETIVA DA REALIDADE

Tenho uma necessidade hipocondríaca de comunicação, muitas vezes ocultada pela minha megalomania de achar que é possível caminhar sozinho. Faço, muitas noites, dos exactos seis ou sete autores que constantemente se revezam sobre a cômoda - engolindo poeira -, meus amigos, mas, a comunicação é unilateral, sempre restrita. Conseqüentemente, as noites sorriem tristonhas, com kilos e kilos de monóxido de carbono.

Acho significativo, ao invés de [in] significante, essa vontade humana patológica de possuír aquilo que a consciência manda desesperadamente reprimir, tornar distante, longe de verdade, sabe. Depois de um tempo, isso funciana como espécie de emético viciante, que você acha que não pode largar.

Sabe aquela sensação de dançar sozinho e invisível em meio a uma festa de sorrisos, aquela sensação de que coisas fantásticas nunca aconteceram com você. Parece nunca florejar no jardim alheio.