terça-feira, 22 de setembro de 2009

Collant verde

O livro da capa amarela tinha um nome horrível, apesar da cor agradável. O livro da capa morron já tinha um nome um pouco melhor, apesar da cor desbotada e da figura sem sentido. Era quase como que escolher entre filé com queijo, ou frango grelhado no almoço. Mais se escolhe tudo errado quando se está imerso em uma grande bagunça. Acho que havia sido a garota do collant verde.

Do lado da porta do quarto havia uma imensa mala preta que nunca teve coragem de usar. Coragem, esse tipo de coisa que perde todo o sentido com a modernidade, ambígua por si só. Sabe aquela sensação de as coisas e as idéias vão com o tempo se ordenando, cada coisa em seu lugar, cada segundo em sua hora, ela sempre acaba infundada. Entenderia isso se já descartou um corringa. Você quer colocar uma medida paliativa para tudo, e assim, acaba se perdendo ainda mais. Talvez teria mesmo sido a garota do collant.

Profiláxia. Se você misturar ácido acetilsalicílico com álcool, pode ter sérias gastrites, além de, em casos extremos causar hemorragia estomacal. Mais isso são trivialidades. Alguém lhe pede desculpas por ter sujado seus sapatos brancos.

Eu gostava dos conhaques de fim de semana porque sempre nós nos sentávamos na varanda aberta e quase bucólica de um amigo meu, dali conseguiámos enchegar as estrelas. Na noite em que surgiu a garota do collant verde estava nublado. Noutro dia eu não comprei nenhum dos dois livros.







Um comentário:

  1. Dos palcos para a literatura.
    O blogue está bacana, Marlon!
    Vamos em frente, vamos desmonorar!

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