"Então compreendi até que ponto o sofrimento havia me corrompido".
Uma gravata branca, um óculos de lentes vermelhas, um sapato e um terno de puro ostracismo. Não adianta, tudo é tacanho. O bar feito em tabaco fosco, com algumas garrafas de um Cabernet Sauvignon de quinta, uísques baratos e conheques pseudo-francês. Alías essa idéia de pseudo é bem comum, composto de soja, no lugar do azeite, é bem mais em conta. Mas se você já teve um lugar especial entenderia. Minha vó colocava copos com água em cima da velha radiola de madeira nobre, então, benzida pela missa das sete e suas sagradas ondas hertzianas, dizia ela que isso ajudava. É uma experiência diferente, mais é uma experiência. Coisas do espírito. Eu nunca entendi isso direito.
Poucas coisas no mundo são tão interessantes como tomates secos e rúcula, acho que o inventor desta obra prima deveria ganhar um nobel gastronômico. Por mais meta-físico ou lúdico que isso pareça, muitas vezes, essas vulgaridades acambam por fazer a diferença. Meu pai insistiu a vida toda que romãs no ano novo eram absolutamentes essenciais, ele guardava alguns caroços embrulhados em um papel, era um ritual, seu "pé de coelho", sua ferradura", para o novo ano que se aproximava. Por falar em ferradura, ele continuou sempre ferrado e calado. Me lembro disso. Coisas de espírito, superstição, ou sei lá o nome que queiram dar a isso. Eu nunca compreendo direito.
Gosto dos cigarros vermelhos, e eles só são mais interessantes porque te minguam mais rápido. Não tem aquela sensação de apatia, de indeferença. Dá pra dançar de verdade, com doses cavalares, não homeopáticas. " Não precisei nem de um instante pra pensar". Essas coisas são como as pinceladas rápidas de pontos que aos poucos formam uma imagem do Impressionismo de Monet, mais sem aquela genialidade, ai também entram um Edgard Degas e Auguste Renoir, que muita gente não lembra. Ninguém se lembra mais de nada.
Quando fiz história da arte, minha professora que defendia os movimentos revolucionários e reclamava sobre as desigualdades do capitalismo e da burguesia, disse que nenhum artísta é extemporâneo, que nada vive fora do seu tempo.
Longe disso, só queria um pedaço da sensibilidade pueril como nas romãs e nos hertzs de antigamente. Talvez o sofrimento tenha me corrompido.
Uma gravata branca, um óculos de lentes vermelhas, um sapato e um terno de puro ostracismo. Não adianta, tudo é tacanho. O bar feito em tabaco fosco, com algumas garrafas de um Cabernet Sauvignon de quinta, uísques baratos e conheques pseudo-francês. Alías essa idéia de pseudo é bem comum, composto de soja, no lugar do azeite, é bem mais em conta. Mas se você já teve um lugar especial entenderia. Minha vó colocava copos com água em cima da velha radiola de madeira nobre, então, benzida pela missa das sete e suas sagradas ondas hertzianas, dizia ela que isso ajudava. É uma experiência diferente, mais é uma experiência. Coisas do espírito. Eu nunca entendi isso direito.
Poucas coisas no mundo são tão interessantes como tomates secos e rúcula, acho que o inventor desta obra prima deveria ganhar um nobel gastronômico. Por mais meta-físico ou lúdico que isso pareça, muitas vezes, essas vulgaridades acambam por fazer a diferença. Meu pai insistiu a vida toda que romãs no ano novo eram absolutamentes essenciais, ele guardava alguns caroços embrulhados em um papel, era um ritual, seu "pé de coelho", sua ferradura", para o novo ano que se aproximava. Por falar em ferradura, ele continuou sempre ferrado e calado. Me lembro disso. Coisas de espírito, superstição, ou sei lá o nome que queiram dar a isso. Eu nunca compreendo direito.
Gosto dos cigarros vermelhos, e eles só são mais interessantes porque te minguam mais rápido. Não tem aquela sensação de apatia, de indeferença. Dá pra dançar de verdade, com doses cavalares, não homeopáticas. " Não precisei nem de um instante pra pensar". Essas coisas são como as pinceladas rápidas de pontos que aos poucos formam uma imagem do Impressionismo de Monet, mais sem aquela genialidade, ai também entram um Edgard Degas e Auguste Renoir, que muita gente não lembra. Ninguém se lembra mais de nada.
Quando fiz história da arte, minha professora que defendia os movimentos revolucionários e reclamava sobre as desigualdades do capitalismo e da burguesia, disse que nenhum artísta é extemporâneo, que nada vive fora do seu tempo.
Longe disso, só queria um pedaço da sensibilidade pueril como nas romãs e nos hertzs de antigamente. Talvez o sofrimento tenha me corrompido.
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