domingo, 28 de fevereiro de 2010

AFETO...

"Ando meio fatigado de procuras inúteis e sedes afetivas insaciáveis".

Mas, hoje é um daqueles dias que o universo amanheceu devidamente pequeninho. Não por extensão, mas por me faltar ao sossego que preciso para seguir em frente. Sem dúvida é o silêncio que nos dilacera, não os momentos de desafetos.

Acho mágico todos os ensinamentos que aprendi com minha sensibilidade, ainda que minha dureza para com tudo me afaste de ser bem maior. Se aquela tênue linha entre a realidade e os sonhos acaba por ser um dos grandes mistérios para o nosso crescimento, você também descobre que o tempo vai nos impedindo de sonhar. Quem sabe...

Não sei como responder a minha ânsia de não ter parada, nem hora e nem endereço. Mas de que me valeria alcançar tudo isso se eu continuasse pensando e não acumulasse afetos. Alguém bastante solitário que experimentou a poeira de vários lugares da terra, disse que "a verdadeira felicidade só existe se for compartilhada". Não tenho nehuma objeção que esse vazio não me traz a paz que tanto procuro.










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quinta-feira, 25 de fevereiro de 2010

POESIAS DO DESASSOSSEGO

Todas as subjetividades que tangem,
não me fascinam tanto como o cheiro. -o seu-
Descobri que tenho uma grande sensibilidade
com as coisas,
que não pertecem ao mundo da matéria.

Hoje a casa acordou quietinha...
pequena e calma.
Por detrás da indiscrição do silêncio
sua foto em preto branco,
sorria.

Pareceu mesmo que
"amar é a eterna inocência,
e a única inocência é não pensar".










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domingo, 21 de fevereiro de 2010

POESIAS DO DESASSOSSEGO

Têm pisos brancos na pequena sala
Com um vidro que desponta para um horizonte de concreto.

Eu estava ali sentado
para alguém que nem conheço,
tentando explicar as causas da minha insensatez
falando da musiquinha da propaganda da trissomia do cromossomo 21.
Não sei donde

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Lembrei-me de quantas vezes observava
as pessoas se alimentando
milhares de emplastos de gordura,
Aquela sensação da imundície do mundo

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Vamos tentar Cloridrato de trazodona,
um pouco de exercícios,
respirar
sono bom e saudável,
paregórico.


Mas do que nunca
minha biografia.
Eu, o grande turista.









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terça-feira, 16 de fevereiro de 2010

POESIAS DO DESASSOSSEGO

É bem verdade
que com o tempo as camisetas de meu guarda-roupa
foram ficando todas pretas...
Não sei se isso diz algo
sobre minha psicologia, ou estado de impaciência.

Também é bem verdade...
que com o tempo aquela vontade de olhar no espelho
foi ficando para trás
E talvez seja isso que chamem de amor próprio
ou quem sabe, ausência dele...
Mas ausência me tem sido uma palavra bem usual.

Eu queria ser bem maior, sabe?!





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segunda-feira, 15 de fevereiro de 2010

As PEQUENAS MEMÓRIAS já escritas - 02 -

Amanhã aguardo que você retorne,
vivo aguardando tanta coisa
Que às vezes esqueço de mim mesmo.

Falta-me a sensibilidade com tudo...
Sou um horizonte em linha recta
em que qualquer lápis esquecera de rasbiscar a paisagem.
É quase como um poema sem verso
talvez uma só linha, uma só palavra,
De sentido a procurar sentido
De uma cegueira aonde há cor.

Falta-me expressar com quem necessita de expressão...
a quem talvez
um dia a gravidade levou,
Como aquelas histórias de final triste...
que terminaram na hora errada
que nunca haveria hora para terminar
e a borracha da vida mesmo assim apagou.





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quinta-feira, 11 de fevereiro de 2010

POEMA PEQUENO...

Tenho um mundo pequeno...
Algumas centenas de livros
uma seleta coleção de canções tristes
E rabiscos que ocultam minha loucura...

Tenho também um universo pequeno.
Repleto de minhas desilusões escancaradas
Onde de uma forma ou de outra...
não deixo de sucumbir às minhas cóleras,
nem sempre reprimidas.

Se você tirar os sapatos coseguirá sentir o chão frio,
ainda que tempos depois sinta saudade do calor que tanto te sufocava.
Eu queria dormir não como alguém que se deita para aliviar o casaço
Mas como alguém que consegue um sossego para a alma.

Sabe aquela histórinha de que a verdade é o que vemos no espelho?
Tenho hoje a impressão que sou toda a verdade...
as vezes que consigo mentir.

Sou como alguém dorme ao olhar das estrelas
E estica os braços para alcançá-las
Esquecendo que elas sempre estarão lá,
somente para serem vistas...





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quarta-feira, 3 de fevereiro de 2010

RASCUNHO

Poucas coisas me preocupam tanto como o meu silêncio próprio.


Se o corpo ou a mente não falam
O espírito não dorme...
ainda que você já tenha se acostumado a perder...

Pior que o catarro é não conseguir jogar para fora.