terça-feira, 15 de junho de 2010

"TEMPOS DE MARACUJÁ"

"De todas as coisas que tive, as que mais me valeram, das que mais sinto falta, são as coisas que não se pode tocar. São as coisas que não estão ao alcance das nossas mãos. São as coisas que não fazem parte do mundo da matéria."
Lourenço Mutarelli

Entre a realidade plausível por dentro, há uma grande diferença da realidade concreta por fora.

Eu poderia começar com um grande porre. Ou talvez, com a estagnação passageira de todas as horas da realidade imutável. Poderia enumerar o grande número de papéis, mas é toda a fumaça que faz mal, não a poeira.

Fernando Pessoa escreve na velocidade incontida dos meus pensamentos.

Eu poderia pensar que talento não é habitual e congênito, mas uma recompensa natural por muito tempo de esforço. Eu poderia sair correndo e dizer forte o quanto me importo com ela. Eu passaria horas apenas ouvindo Radiohead.

Eu poderia enumerar a triste incoerência entre vegetais orgânicos e a busca insaciável pela auto-escatologia. Mas, talvez, o que mais tem me preocupado, não é a coriza, é não conseguir jogar tudo para fora.

A inconsciência é o fundamento da vida. Talvez eu precise, como quem arranca ervas daninhas, extirpar toda ferrugem, aliás, o coração, se pudesse pensar, pararia.

Durante todos esses anos, fiquei divagando demais sobre todas as possibilidades, as oportunidades inatas ao destino que não vieram, melhor, que nunca existiram. Durante todo tempo, havia passado as noites tentando mapear a lógica incontrolável das estrelas, os atropelos da vida, da falta de coragem, quem sabe, da falta de caráter. Como a imagem real, projetada no espelho, e todo fictício fantastico projetado nos devaneios da mente.

A coisa mais [comum] que eu tenho visto, são fumantes no lado de fora das portas do hospital.

Eu já tive mais cabelo. Arquétipos sorridentes, dançantes. Mas, a vida não passa dum simples balé enfadonho.

Ladrilhos em preto e branco, a inexplicável insensatez da fantasia material.

Agora vou entendendo, que as linguagens do corpo, não são tão importantes quanto as liguagens as da alma.


É Tempo, de maracujá...









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domingo, 6 de junho de 2010

LOS ABRAZOS ROTOS...

Eu sempre soube que aquele seria o último beijo. A última sensação dos cheiros que se misturam, contentes de estarem juntos, porque amam... Porém, a que se dizer, que entre o melhor pedacinho do mundo inseguro e inquieto, sem a paz de espíto ou não coração, a galáxia toda, haverá de te fornecer outors sonhos.

Deve de ser o que falatava e precisava para me deixar dormir...ainda que, amando...

Aquele garotinho pequeno que sonhava ser escritor e fazer História, hoje está vivo...





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sábado, 5 de junho de 2010

GUARDA-CHUVA

Garoto estranho, caminhando sozinho. Um guarda-chuva, alguns trocados, os planos bem elaborados. O sonho americano, uma casinha de tijolos sólidos, com chocolates e tudo o que o Mundo pode oferecer...

Queria ser gordo, ser danoninho, leite-moça, doce e sincero, como açucar. Entretanto, caminha sozinho, com um guarda-chuva. Pensa num clássico, mas, ingenuamente, como uma criança que ganha um doce de amendoim, não há com quem coversar.

Você vai morrer com livros empoeirados sem comer carne. Vai cair insistindo sem fé nenhuma. Tentando ser mais forte, mais forte. O que dizer do tecnicismo barato que não absorve, o que dizer das fantasias do glamour esdrúxulo, de ser ríduculo pensando que ama alguma coisa...

"Posso ser tudo, ou posso ser nada, ou qualquer coisa [...] Dança comigo."

A vida é um cata-vento esperando a direção concreta. E quando o vento chegou, estava parado, fumando um cigarro barato, pensando que pensava não se importar.

O mundo da matéria não é rico como o mundo do espírito. Para compreender tudo isso, é preciso, primeiro, compreender o Divino, e para compreender o Divino, é preciso ser danoninho, ser leite-moça. Mas um "herói" (se assim podemos dizer) que caminha sozinho, com um guarda-chuva, jamais a de ser tanta coisa. Primeiro teria de ter aventuras, quem sabe, moinhos de vento, ou dragões fictícios, não sendo somente o cavaleiro da triste figura. Ser Dom Quixote na vida.

Há muito silicone desafiando a gravidade...

Me pergunto se, um bolo de milho salagado é um bolo. Naturalmente, pensa nos bolos como algo doce, se é salgado, deverá de ser um torta. Salgadas, são as tortas, não os bolos, como ordem lógica, concreta e bem definida. E tudo isso quebra o encanto que haveria de ter todas as coisas.

"atravessando-se na passagem, é um animal áspero e intratável quando não tem de enxugar as lágrimas."







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